Orquestra

27/07/2012 16:43

 

 Vem do grego o termo orquestra. Na Grécia Antiga, orkhestra era o espaço semicircular, entre a cena e os espectadores, onde o coro (Khoros) cantava e executava as danças. A palavra orkhestra, por sua vez, deriva de orkhestai, dançar. Com o tempo, orquestra passou a significar um conjunto de vários instrumentos que executam uma obra musical qualquer. No sentido que aqui interessa, conjunto de vários instrumentistas que executam uma obra sinfônica. Os conjuntos de instrumentos são conhecidos desde as primeiras dinastias egípcias e, durante muitos séculos, limitaram-se à três ou quatro intérpretes. Com o gradativo enriquecimento das formas instrumentais, foi possível dividir os instrumentos em famílias, nomeando-se cada uma por seu modo de tocar: cordas, sopros e percussão. Essa divisão ocorreu no século XVI, quando se teve a idéia de reunir os vários membros de cada família em grupos sonoros, de acordo com os timbres correspondentes. No inicio do século XVII, o compositor Claudio Monteverdi ampliou o número de elementos desses grupos, e sua orquestra chegou a incluir 36 participantes. No século seguinte, o francês Jean-Philippe Rameau aumentou esse número para 47, total que se manteve até as últimas sinfonias de Mozart, no fim do século XVIII. Com Beethoven (1770-1827), a orquestra sinfônica sofreu um pequeno aumento no âmbito de cada família, incluindo até sessenta executantes. Mas foi com o francês Berlioz (1803-1869) que ela se distribuiu na forma em que hoje a conhecemos, atingindo, quando necessário, um total de 110 instrumentistas. E, a partir de Wagner (1813-1883), adquiriu a personalidade atual.

 As cordas são a espinha dorsal da orquestra. Como grupo, possuem agilidade técnica e grande fluência, abrangendo uma faixa de possibilidades sonoras, mais ampla que a dos sopros. O s violinos, divididos em primeiros e segundos, são os instrumentos de som mais agudo dessa família e situam-se, habitualmente, os primeiros à esquerda do regente, e os segundos à direita – os dois grupos frente um ao outro, separados pelo podium (estrado onde se coloca o maestro). Modernamente, podem ser todos agrupados à esquerda, numa ou outra posição, são encabeçados pelo primeiro violino – spalla, em italiano -, que, depois do regente, é o comandante de toda a orquestra. Por ser líder, a ele competem também os solos do grupo. Semelhantes ao violino, as violas são um pouco maiores que estes e seu som é ligeiramente mais grave. Em geral, colocam-se à frente e um pouco a direita do regente. Os violoncelos, por serem maiores, ficam presos entre os joelhos dos executantes e apresentam sons graves; colocam-se à frente ou à direita do maestro. Os contrabaixos – instrumentos de som mais grave da família – dispõem-se na parte de trás da orquestra ou à extrema direita do regente. Por serem muito grandes, seus executantes tocam de pé ou sentados em banquetas. As harpas, que são dedilhadas, situam-se onde melhor aprouver ao regente.

 Entre os sopros – feitos de madeira ou metal -, a flauta é o instrumento de som mais agudo, apenas sobrepujado pelo flautim, pequena flauta também conhecida como piccolo. Costuma-se inclui-la entre as madeiras, muito embora seja atualmente fabricada de metal. Entre os sopros de madeira estão, ainda, o oboé e o clarinete, instrumentos de sons mais graves, são complementados, respectivamente, pelo corne-inglês e pelo fagote-baixo (clarone), O fagote, finalmente, ocupa nesse grupo a posição dos violoncelos nas cordas, sendo complementado pelo instrumento de som mais grave entre as madeiras: o contrafagote. Os sopros de metal são instrumentos de grande efeito e, em solo ou conjunto, expressam dramaticidade ou grandiosidade, o que as cordas e os sopros de madeira por si sós não conseguem. Os trompetes (ou pistões), de sons médios e agudos, são capazes de considerável agilidade sonora. Os trombones, por sua vez, são lentos, mais ponderados e majestosos, abrangendo sons médios e graves. A tuba – instrumento de som mais grave entre os metais – coopera com os contrabaixos na missão de conseguir apoio para a estrutura harmônica da orquestra. Já a s trompas são elementos híbridos nesse grupo, pois sua sonoridade às vezes se aproxima das madeiras. Habitualmente, os sopros de madeira colocam-se no centro do conjunto; atrás destes, os metais.

 Os instrumentos de percussão, responsáveis sobretudo pela acentuação e marcação dos ritmos, são liderados pelos tímpanos, conjunto de tambores de grandes dimensões, capazes de produzir sons de alturas diferentes. Outros integrantes da família são a caixa, o bombo, o triângulo, os pratos, o pandeiro, o tantã, os sinos e o xilofone. Por escolha do compositor, podem ainda participar da orquestra sinfônica o piano, o órgão, o cornetin, o saxofone etc.

 

Luiz Caldas

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